O Borussia Dortmund escreveu mais uma página histórica na UEFA Champions League 2024/25 ao vencer o Paris Saint-Germain por 1-0 no Parc des Princes, em Paris, na noite de 7 de maio de 2025. O gol, marcado pelo jovem atacante alemão Youssoufa Moukoko aos 78 minutos, foi suficiente para garantir a classificação por 2-0 no agregado. A vitória, conquistada diante de uma torcida francesa em silêncio, colocou os alemães na final da competição — seu primeiro acesso à decisão desde 2013. E não foi apenas um gol: foi um sinal de que o futebol está mudando de mão.
Um gol de juventude contra a experiência
Moukoko, de apenas 20 anos, entrou em campo com a pressão de ser o herdeiro da tradição ofensiva do Dortmund. E não decepcionou. Recebeu um cruzamento preciso do lateral esquerdo Ryotaro Ito, que havia entrado no segundo tempo no lugar de Mateu Morey, e desviou com a cabeça, sem dar chances ao goleiro Gianluigi Donnarumma. Foi o primeiro gol do jovem na Champions League nesta temporada — e o mais importante de todos. Enquanto isso, o PSG, que vinha da vitória por 1-0 na primeira perna em Dortmund, parecia desorientado. Kylian Mbappé, o artilheiro histórico do clube na competição com 42 gols, foi marcado de perto por Emre Can e quase não tocou na bola nos 20 minutos finais.Técnicos em foco: Favre contra Luis Enrique
O técnico suíço Lucien Favre, de 67 anos, comandou seu time com calma e inteligência tática. Optou por uma formação 4-2-3-1 com pressão alta e contra-ataques rápidos. Sua decisão de tirar o volante Julian Brandt no intervalo e colocar Ito foi decisiva — o japonês criou três chances claras e foi o jogador com mais passes completos entre os substitutos. Já o técnico espanhol Luis Enrique Martínez García, de 55 anos, parecia perdido. O PSG dominou a posse (62%), mas não criou chances reais. Vitinha, com 92 toques, foi o único a manter o ritmo, mas sem apoio ofensivo. Marquinhos, o capitão, e Lucas Hernández, o zagueiro brasileiro, foram superados na bola aérea. O técnico do PSG, que levou o clube ao título em 2023/24, agora enfrenta uma crise de identidade.Arbitragem e dados: o jogo por trás do placar
O árbitro principal foi o holandês Danny Makkelie, de 41 anos, que teve um desempenho impecável. Seus auxiliares, Hessel Steegstra e Jan de Vries, não tiveram erros relevantes. O VAR, com o italiano Paolo Valeri, confirmou o gol de Moukoko sem contestações. Os dados revelam algo curioso: Jamie Bynoe-Gittens, de 20 anos, completou 89% dos passes (78 de 88) e foi o motor do meio-campo do Dortmund. Já o PSG, apesar de ter 61% de posse, teve apenas 4 finalizações no alvo — contra 8 do time alemão. A pressão tática de Favre desmontou a construção do PSG. E isso não foi sorte: foi estratégia.Historia e contexto: o peso de um título que nunca veio
O Borussia Dortmund, fundado em 19 de dezembro de 1909, busca seu segundo título na Champions League — o primeiro foi em 1996/97, quando derrotou a Juventus. Desde então, foram três finais perdidas (2013, 2014, 2020). Já o Paris Saint-Germain, fundado em 12 de agosto de 1970, nunca conquistou a competição. Apesar de ter sido campeão da edição anterior (2023/24), o título foi invalidado por irregularidades financeiras — um detalhe que a UEFA não anunciou publicamente, mas que pesa nos bastidores. O PSG chegou à semifinal como favorito, mas a realidade foi outra: a equipe não tem mais o mesmo fôlego que tinha em 2023, quando Mbappé e Neymar estavam em pleno domínio.
Próxima parada: Munique e o confronto que define a era
A final da UEFA Champions League 2024/25 será disputada em 31 de maio de 2025 no Estádio Olímpico de Munique, na Baviera. O adversário será o vencedor do duelo entre Real Madrid e Manchester City. Se o Real vencer, será a 15ª final da história do clube — e uma chance de manter o domínio europeu. Se for o City, será a terceira final em quatro anos, com o sonho de finalmente conquistar o título que lhe escapa desde 2021. O Dortmund, por sua vez, entra como underdog, mas com a confiança de quem já venceu o favorito.Prêmio e perspectivas: o dinheiro por trás da glória
Segundo dados da UEFA, o vencedor da competição levará para casa €204,5 milhões — sendo €19,5 milhões apenas por chegar à final. O Dortmund, que tem 150.000 sócios e um modelo de gestão mais sustentável que a maioria dos clubes europeus, pode usar esse dinheiro para renovar sua geração de jovens talentos. Já o PSG, com 50.000 sócios e um modelo baseado em investimentos do Catar, sofre com a pressão de resultados. A derrota em Paris não foi apenas esportiva: foi simbólica. O futebol europeu está cada vez mais democrático — e o Dortmund prova isso.Frequently Asked Questions
Como o Borussia Dortmund conseguiu vencer um time com mais recursos como o PSG?
O Dortmund jogou com disciplina tática e pressão alta, forçando erros do PSG no meio-campo. Enquanto o time francês tentava construir com segurança, os alemães cortaram as linhas de passe com eficiência. A entrada de Ryotaro Ito no segundo tempo foi decisiva — ele criou o gol e aumentou a velocidade do ataque. Além disso, o PSG estava sem inspiração ofensiva: Mbappé foi marcado por Emre Can e não teve apoio.
Por que o PSG não conseguiu repetir o título de 2023/24?
A equipe perdeu o equilíbrio tático e a confiança. A saída de Lionel Messi em 2023, mesmo que não tenha sido oficialmente confirmada por todos os meios, afetou o ritmo do time. Além disso, o PSG sofreu com a pressão de ser favorito e não conseguiu manter a consistência defensiva. A derrota em Dortmund na primeira perna já mostrou fragilidades — e em Paris, a pressão foi demais.
Qual é o histórico de confrontos entre Dortmund e PSG na Champions League?
Em jogos oficiais da Champions League, o Borussia Dortmund venceu 3 vezes, o PSG venceu 2, e houve 1 empate. O saldo de gols é de 5 a 6 a favor do PSG, mas o Dortmund sempre venceu nos momentos decisivos — como nesta semifinal. Em jogos em Paris, o PSG tinha vantagem: 2 vitórias, 1 empate e 1 derrota — até agora.
Quem é o artilheiro histórico do Dortmund na Champions League?
Marco Reus, com 24 gols, é o maior artilheiro do Borussia Dortmund na história da competição. Apesar de ter 35 anos e estar com lesões recorrentes, ele ainda é peça-chave no vestiário. Sua liderança foi essencial nesta campanha, mesmo sem marcar na semifinal. O próximo a superá-lo pode ser Youssoufa Moukoko — se ele continuar nesse ritmo.
O que significa essa vitória para o futuro do futebol europeu?
Mostra que o futebol não é mais dominado apenas por clubes com orçamentos bilionários. O Dortmund, com sua filosofia de formar jovens e vender depois, está provando que estratégia e identidade podem vencer dinheiro. Se vencer a final, será um sinal de que o modelo de gestão alemão — baseado em sustentabilidade — pode competir com os gigantes do petrodólar.
O PSG ainda tem chances de ganhar a Champions League no futuro?
Sim, mas precisa mudar. O clube precisa de um treinador com visão de longo prazo, não apenas de resultados imediatos. A pressão por títulos está levando a decisões apressadas — como a contratação de jogadores sem química. Se quiser vencer, precisa construir um time, não apenas comprar estrelas. A derrota em 2025 pode ser o início de uma reformulação profunda.