Caixa-preta de avião da Jeju Air parou minutos antes do acidente fatal na Coreia do Sul

Caixa-preta de avião da Jeju Air parou minutos antes do acidente fatal na Coreia do Sul

Falha nas caixas-pretas e mistério sobre a tragédia na Coreia do Sul

O desastre com o Boeing 737-800 da Jeju Air em Muan, na Coreia do Sul, chocou o mundo no final de 2024. O avião, que fazia o trajeto entre Bangkok e Muan, saiu da pista logo após o pouso, colidiu com uma estrutura de concreto e pegou fogo. O saldo foi devastador: 179 mortos entre passageiros e tripulantes. Só duas pessoas sobreviveram ao impacto e ao incêndio.

O que mais intrigou os investigadores foi o comportamento das caixas-pretas do avião. Tanto o gravador de voz do cockpit (CVR) quanto o gravador de dados de voo (FDR) deixaram de funcionar cerca de quatro minutos antes do impacto. Isso significa que o momento crucial, quando a tripulação enfrentava a emergência, não ficou registrado. Especialistas do NTSB, órgão americano responsável por investigar acidentes de avião, analisaram os equipamentos e confirmaram a falha, mas ainda não se sabe se foi um problema elétrico, falha técnica ou um possível corte intencional dos sistemas.

Logo antes do acidente, os controladores de tráfego aéreo haviam alertado os pilotos sobre a presença de aves na área do aeroporto e risco de colisão. Dois minutos depois, a aeronave emitiu um sinal de emergência. Após as buscas nos destroços, foram encontrados vestígios de plumas e sangue nos dois motores, indicando colisão com aves. Análises confirmaram que pertenciam a patos Baikal teal, uma espécie migratória comum na região nessa época do ano.

O que pode ter acontecido nos últimos minutos do voo?

O que pode ter acontecido nos últimos minutos do voo?

Ainda assim, apesar desses indícios, os investigadores pedem cautela antes de apontar a colisão com as aves como causa definitiva da tragédia. Não está claro se o impacto com os patos poderia derrubar um Boeing 737-800 ou se outros fatores, como falhas mecânicas, contribuíram para o acidente. O desaparecimento dos dados das caixas-pretas tornou o trabalho ainda mais difícil, pois os registros são fundamentais para reconstruir conversas entre pilotos, comandos executados e condições dos sistemas da aeronave.

Os esforços agora se concentram em cruzar informações com fontes alternativas: gravações de rádio, relatos dos dois sobreviventes e análise detalhada dos destroços. As famílias das vítimas, vindas da Coreia do Sul e também da Tailândia, vivem hoje a angústia de esperar respostas diante de uma investigação mais demorada e repleta de incertezas.

Esse acidente levantou discussões no setor aéreo sobre a necessidade de sistemas de gravação mais confiáveis e redundantes. Em voos comerciais, perder registros minutos antes de um acidente fatal é raro e preocupante, reacendendo debates sobre regulamentos internacionais de segurança. Por enquanto, a principal certeza é o impacto humano: 179 vidas interrompidas e a dor de pais, filhos e amigos que aguardam explicações para uma tragédia ainda envolta em mistério.

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