Éder Militão sofre lesão no adutor e deve ficar fora por duas semanas; Real Madrid tem déficit defensivo

Éder Militão sofre lesão no adutor e deve ficar fora por duas semanas; Real Madrid tem déficit defensivo

O Éder Militão, de 27 anos, central titular do Real Madrid Club de Fútbol, foi submetido a exames que confirmaram uma lesão muscular no adductor magnus da perna direita — um problema que pode parecer comum, mas que, em jogadores de elite, é tão delicado quanto um rompimento de ligamento. O incidente ocorreu na noite de terça-feira, 18 de novembro de 2025, durante o amistoso da seleção brasileira contra a Tunísia, em Lille, na França. Militão sentiu dor repentina no quadril direito no segundo tempo, foi substituído por Danilo, do Flamengo, e deixou o campo com expressão de desconforto. A confirmação veio no dia seguinte, quarta-feira, 19 de novembro, quando o departamento médico do Real Madrid, liderado pelo chefe de medicina Dr. Carlos Díaz, emitiu o boletim oficial: "Após os exames realizados hoje pelos Serviços Médicos do Real Madrid, foi diagnosticada em Éder Militão uma lesão muscular no adutor maior da perna direita. Pendente de evolução."

Dois meses de pressão, duas semanas de ausência

Dois semanas. É esse o prazo que os principais veículos esportivos — Marca, Lance e ESPN Brasil — apontam para a recuperação de Militão. Não é um tempo longo, mas é o suficiente para abalar a estrutura defensiva do Real Madrid, que já enfrenta um verdadeiro pesadelo de escalação. O time lidera a LaLiga com 31 pontos, três à frente do Barcelona, e a cada jogo sem Militão é um risco calculado. A lesão dele acontece num momento crítico: Antonio Rüdiger, de 31 anos, ainda está no fim da recuperação de uma lesão anterior; David Huijsen, o jovem zagueiro holandês-espanhol de 20 anos, foi poupado pela seleção espanhola por cansaço físico; e Daniel Carvajal, o lateral direito de 33 anos, só retorna em meados de dezembro. Ou seja: Militão é o único zagueiro com experiência e confiança na retaguarda. Sem ele, o time fica vulnerável.

Quem vai jogar no lugar dele?

Na partida contra o Elche CF, neste domingo, 23 de novembro, em Elche, o técnico Xabi Alonso já anunciou que Marco Asensio, o meia de 28 anos, será reconvertido para a zaga — algo que ele já fez em situações de emergência na temporada passada. Mas não é só isso. Alonso pode precisar recorrer às categorias de base. Dois jovens promissores, Joan Martínez Guillén e Mario Rivas Martín, ambos de 20 e 22 anos, respectivamente, estão na mira. Nenhum deles tem mais de 15 jogos pela equipe principal. O treinador sabe: não é só sobre talento. É sobre confiança, leitura de jogo, posicionamento. Militão tem tudo isso. E mais: ele é o único que já enfrentou atacantes como Erling Haaland e Vinícius Júnior em duelos de alto nível. Não há substituto perfeito.

Por que um adutor é tão grave para um zagueiro?

Lesões no adutor maior são comuns em futebolistas — mas raramente são simples. O músculo é responsável por puxar a perna para dentro, um movimento essencial em mudanças de direção, deslocamentos laterais e até em chutes de força. Um grau 1 (leve) exige 7 a 10 dias; um grau 2 (moderado), 14 a 21 dias. O que os médicos do Real Madrid sugerem — duas semanas — aponta para um grau 2. Não é um rompimento, mas é o suficiente para impedir explosões, saltos e desequilíbrios. Militão, que é conhecido por sua capacidade de recuperação rápida e por nunca faltar a um jogo importante, tem um histórico de resiliência. Mas o corpo não mente. E o tempo de recuperação, neste caso, é real. Ainda mais quando o jogador está no ápice da carreira, com 27 anos, e sob pressão constante.

O grande objetivo: Manchester City em dezembro

Apesar de tudo, o Real Madrid não está desistindo. O verdadeiro objetivo da recuperação de Militão não é o Elche. Nem o Olympiacos. Nem o Girona. É o jogo contra o Manchester City F.C., no Santiago Bernabéu, em 10 de dezembro de 2025. Um confronto decisivo na fase de grupos da Champions League. Se Militão voltar, o time tem chances reais de controlar o jogo. Se não voltar, o Real Madrid terá que recorrer a uma defesa improvisada — e o risco de sofrer um gol de contra-ataque, como o City faz tão bem, aumenta exponencialmente. O técnico Xabi Alonso já disse em entrevista: "Se ele estiver bem, ele joga. Se não estiver, vamos lutar com quem temos. Mas ele é um pilar. E nós sabemos disso."

Um time em crise, mas ainda no topo

Um time em crise, mas ainda no topo

Curiosamente, o Real Madrid continua liderando a LaLiga — mesmo com quatro zagueiros fora. Isso mostra a força ofensiva do time: Vinícius Júnior e Jude Bellingham estão em ótima fase. Mas o futebol moderno exige equilíbrio. E a defesa é a base de qualquer título. O Barcelona, que vem crescendo com Robert Lewandowski e Raphinha, não perdeu tempo: venceu o Sevilla por 3-0 no mesmo fim de semana. A diferença de três pontos já parece frágil. O que antes era vantagem, agora é uma corda fina. E a cada jogo sem Militão, ela se desfaz um pouco mais.

Consequências para a seleção brasileira

Além do impacto no clube, a lesão também afeta a seleção brasileira. Militão é peça-chave na zaga de Tite, especialmente em jogos de alto nível. Se ele não estiver 100% para as eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, o técnico pode ser forçado a recorrer a Marquinhos ou até a jovem promessa Eduardo Armada, de 21 anos, que ainda não jogou em jogos decisivos. A CBF já anunciou que o jogador será reavaliado após a sua recuperação, mas o calendário aperta: a próxima convocação da seleção é em março, e o tempo de recuperação pode ser insuficiente para um retorno pleno.

Frequently Asked Questions

Como a lesão de Éder Militão afeta as chances do Real Madrid na LaLiga?

Com Militão fora, o Real Madrid perde seu zagueiro mais consistente em duelos e recuperações. Apesar de liderar com 31 pontos, a equipe enfrenta adversários como Barcelona e Atlético Madrid, que têm ataque potente. Sem ele, o time depende de jogadores como Asensio e jovens da base, o que aumenta o risco de erros defensivos. A diferença de três pontos já não parece segura.

Por que o retorno contra o Manchester City é tão importante?

O confronto contra o Manchester City, em 10 de dezembro, é decisivo para a classificação na Champions League. O City tem um ataque explosivo com Haaland e De Bruyne, e precisa de uma zaga sólida para conter. Militão é o único que já enfrentou esse estilo de jogo com sucesso. Se não retornar, o Real Madrid corre risco de sofrer gols em contra-ataques, o que pode tirá-lo da liderança do grupo.

Qual é o risco de uma recaída se Militão voltar antes do tempo?

Lesões de adutor têm alta taxa de recaída se o atleta retornar sem recuperação completa. Um retorno antecipado pode transformar uma lesão grau 2 em uma grau 3, exigindo até seis semanas de afastamento. O Real Madrid, por isso, não arrisca: mesmo que ele sinta dor, os exames de ressonância e o protocolo de recuperação serão rigorosos. A saúde do jogador vem antes do calendário.

Como os jovens da base, como Joan Martínez, estão se preparando para substituí-lo?

Joan Martínez e Mario Rivas têm treinado com a equipe principal desde outubro, participando de sessões específicas de zaga com o auxiliar técnico. Ambos já jogaram em partidas da Copa del Rey, mas nunca em jogos de alto nível da LaLiga. A pressão é enorme. O técnico Xabi Alonso os considera promissores, mas reconhece que a experiência de Militão em jogos decisivos é irreplicável.

O que a lesão de Militão revela sobre o planejamento do Real Madrid para a temporada?

A lesão expõe uma fragilidade estratégica: o clube tem pouca profundidade na zaga. Com Rüdiger, Carvajal e Huijsen também lesionados, a equipe depende demais de poucos jogadores. Isso pode forçar o clube a buscar reforços na janela de janeiro, especialmente se a situação piorar. A gestão de lesões está sob escrutínio.

Militão já teve lesões semelhantes antes?

Sim. Em 2021, ele sofreu uma lesão no mesmo músculo durante um jogo contra o Barcelona, e ficou 18 dias fora. Na época, o Real Madrid foi criticado por não ter um protocolo de prevenção eficaz. Desde então, o departamento médico implementou novos testes de flexibilidade e treinos específicos para músculos adutores — mas, como vemos, o risco persiste. O corpo de um zagueiro é um campo de batalha constante.