Série B do Baiano: Itabuna, Bahia de Feira, Fluminense e Galícia avançam às semifinais e jogam o acesso

Itabuna lidera invicto, clássico pega fogo e acesso vale já na final
Quatro times, duas vagas na elite e muito nervosismo. A reta final da Série B do Baiano ganhou cara de decisão depois de uma primeira fase equilibrada e uma ida de semifinais tensa, com direito a clássico pegado e quatro expulsões. Itabuna, Bahia de Feira, Fluminense de Feira e Galícia estão a duas partidas de carimbar um retorno sonhado: os finalistas, além de disputar o troféu, sobem para a Primeira Divisão do Baianão em 2026.
O chaveamento ficou assim: Itabuna (1º) x Galícia (4º) e Bahia de Feira (2º) x Fluminense (3º). Os líderes da fase inicial só carregam uma vantagem: fazem o jogo de volta em casa. Não tem gol qualificado, não tem ponto extra. Se der empate no agregado, a vaga sai nos pênaltis.
Na classificação, o Itabuna sobrou em regularidade: 23 pontos e campanha invicta na primeira fase. Bahia de Feira e Fluminense empataram em pontos (20), mas o Tremendão levou a melhor no saldo (+23 contra +11). O Galícia fechou o G-4 com 15 pontos. Abaixo do corte ficaram Ypiranga (13), Vitória da Conquista (11), SSA FC (10), Leônico (7) e, no fundo da tabela, Teixeira de Freitas e Grapiúna, ambos com 1 ponto e saldos bem negativos (-24 e -27).
O mata-mata começou com todos os ingredientes de campeonato estadual. Em Feira, o clássico entre Fluminense e Bahia de Feira terminou 1 a 1 e com quatro vermelhos, cenário que muda o tabuleiro para a volta por suspensões e ajustes obrigatórios nas duas comissões técnicas. No outro duelo, Galícia e Itabuna empataram sem gols em um 0 a 0 movimentado, daqueles de perder gol e travar no último passe.
As datas da volta estão marcadas para 12 e 13 de julho de 2025, com TVE e TV do Zé transmitindo ao vivo. Pela tabela divulgada, o Bahia de Feira recebe o Fluminense na Arena Cajueiro, enquanto Itabuna e Galícia decidem no Joia da Princesa. Venceu, passou. Empatou no agregado, pênaltis.
O que cada semifinalista precisa acertar e o que está em jogo
Itabuna chega como favorito natural. Não perdeu na competição, pontuou alto e manteve constância fora e dentro de casa. O 0 a 0 na ida, porém, é alerta: em mata-mata curto, qualquer descuido pesa. O time precisa transformar volume em gol e controlar a ansiedade, já que o Galícia mostrou organização para reduzir espaços e forçar erro no último terço. Na volta, a pressão do favoritismo joga junto e contra.
O Galícia abraçou o papel de visitante indigesto. Com a quarta melhor campanha, buscou solidez para sobreviver aos momentos de turbulência da primeira fase e chega vivo após segurar o líder. Para tentar a zebra, a aposta passa por transições rápidas, bola parada bem batida e uma noite segura do sistema defensivo. Em série que pode ir aos pênaltis, cada detalhe — uma cobertura bem feita, uma falta evitada — muda o destino.
Do outro lado, o clássico de Feira promete mais 90 minutos quentes. Bahia de Feira e Fluminense fizeram campanhas praticamente gêmeas e se conhecem de cor. O 1 a 1 no Joia da Princesa, com quatro expulsões, não foi só recado de rivalidade: foi aviso sobre disciplina. Para a volta, controlar o emocional vale tanto quanto ajustar a última bola. As comissões terão de redesenhar o time por causa das suspensões, e isso pode abrir espaço para soluções de elenco que não foram testadas sob pressão.
Por que essa semifinal pesa tanto? Porque a final já entrega o principal prêmio: o acesso. Entrar na elite do Baiano em 2026 significa calendário mais forte, cotas de TV melhores, patrocínios mais atraentes e a chance de reposicionar o clube na praça local. Para Itabuna, é oportunidade de sustentar o bom momento competitivo. Para Bahia de Feira e Fluminense, a reedição do clássico em jogo de “vida ou morte” pode redefinir a temporada. Para o Galícia, tradicional de Salvador, é a janela para recolocar o clube no noticiário grande.
Os números da primeira fase ajudam a entender o cenário. O Itabuna foi o time mais difícil de bater — ninguém conseguiu. O Bahia de Feira, com saldo de +23, mostrou poder de fogo e goleadas no caminho. O Fluminense manteve consistência, com saldo positivo e poucos tropeços. O Galícia cresceu no momento certo para garantir a quarta vaga. Em mata-mata, histórico recente pesa mais que camisa pesada — e a fotografia mostra quatro equipes competitivas e capazes de encarar jogo decisivo.
O fator casa na volta costuma ser trunfo, mas não resolve sozinho. Gramado conhecido, rotina de vestiário e arquibancada cheia melhoram o rendimento, só que a régua do mata-mata sobe: um gol cedo muda roteiro, uma expulsão joga o plano tático pela janela. As quatro expulsões no clássico da ida ligam o alerta para arbitragem: o apito tende a ser rigoroso e qualquer entrada fora do tempo custa caro. Ajustar a postura sem perder intensidade é chave.
Para quem acompanha de fora, vale ter em mente os caminhos possíveis nas decisões:
- Se um time vencer a volta por qualquer placar, está na final e garante o acesso.
- Se houver empate no agregado, a disputa vai direto para pênaltis.
- Não há gol fora nem vantagem por melhor campanha além do mando na volta.
Há também o impacto fora das quatro linhas. Com transmissão aberta, a audiência da TV dá visibilidade a elenco, comissão e marca do clube. Jogos decisivos movimentam comércio local, bares, ambulantes e serviços em dia de partida — a economia do entorno sente quando o calendário chega à fase quente. Segurança e logística entram no pacote, ainda mais em clássico: a organização costuma reforçar protocolos, dividir torcidas e ajustar acessos para minimizar atritos.
E quem ficou pelo caminho? Ypiranga e Vitória da Conquista flertaram com o G-4, mas faltou regularidade. SSA FC e Leônico oscilaram e pagaram por tropeços em casa. Teixeira de Freitas e Grapiúna sofreram com defesas vazadas e saldos muito negativos — campeonato curto não perdoa má fase longa. Esse retrato dá medida da força do grupo que chegou até aqui.
Agora, foco total nos 180 minutos finais antes da final. O Itabuna tenta confirmar a melhor campanha com eficiência no terço final. O Galícia busca o contragolpe perfeito. Bahia de Feira e Fluminense jogam nervos e repertório em um clássico que promete intensidade do primeiro ao último minuto. Com pênaltis no horizonte em caso de igualdade, goleiros e batedores já entram com papel de protagonistas. O acesso está a um jogo de distância.
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