Setembro em Dança abre em Ponta Grossa com tributo a Milton Nascimento

Setembro em Dança abre em Ponta Grossa com tributo a Milton Nascimento

Quando Milton Nascimento, cantor e compositor foi celebrado na abertura do Setembro em DançaGinásio de Esportes Jamal Farjallah Bazzi, a cidade de Ponta Grossa ganhou um espetáculo que misturou música, memória e movimento. A cerimônia de abertura, realizada na noite de 16 de setembro de 2025, contou com a coreografia "Trajetória de uma Vida", criada pela Companhia Municipal de Dança de Ponta Grossa sob a direção de Joice Aline Jorge, diretora artística da produção, e da visão coreográfica de Fábio Alcântara. O evento é promovido pela Prefeitura de Ponta Grossa, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, e tem entrada franca para o público.

Contexto histórico do festival

O Setembro em Dança já é a quinta edição desse encontro nacional, nascido em 2021 como iniciativa de valorização da dança regional. Cada setembro, a proposta é reunir bailarinos, coreógrafos e estudantes de todo o Brasil para apresentar trabalhos que vão do clássico ao contemporâneo. Segundo o Alberto Portugal, secretário municipal de Cultura, "o festival serve como ponte entre a tradição e a experimentação, trazendo à tona vozes novas e consolidadas".

A abertura: homenagem a Milton Nascimento

"Trajetória de uma Vida" foi pensada como mais que um tributo: um convite para mergulhar na essência de um artista que cantou amor, amizade, fé e liberdade. Joice Aline Jorge explicou que a peça acompanha o percurso de Milton desde sua infância humilde em Minas Gerais até a projeção internacional, usando trechos de canções como "Coração de Estudante" e "Clube da Esquina" como trilha sonora. "É uma viagem sensorial que toca não só os ouvidos, mas também o coração", afirmou.

A coreografia mesclou balé clássico, passos de sapateado e movimentos de dança contemporânea, refletindo a diversidade de estilos que caracterizam a obra de Milton. O público, estimado em cerca de 1.200 pessoas na casa, reagiu com aplausos prolongados e alguns até choraram ao ver a cena que reproduzia a infância do cantor, com luzes amareladas e sons de violão.

Programação e jurados do festival

Durante os 12 dias de evento (de 16 a 27 de setembro), são previstas mais de 30 apresentações distribuídas entre a Mostra Competitiva e a Mostra Aberta. Os estilos variam de balé clássico, jazz, sapateado, danças urbanas, pole dance, dança contemporânea e estilo livre. A Mostra Competitiva conta com avaliação de um painel nacional de jurados: Juliana Valadão, primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro; Ray Santos, coreógrafo de Santos (SP); Gisella Martins, diretora artística de Blumenau (SC); e Fernando Lima, coreógrafo de Joinville (SC).

Os vencedores receberão bolsas de estudo e convites para turnês em festivais parceiros, reforçando o compromisso da organização em fomentar a carreira dos bailarinos.

Impacto cultural e expectativas

Além das apresentações, o festival oferece uma programação paralela que inclui workshops gratuitos, palestras sobre história da dança e a iniciativa "Sapatilhinhas", voltada para crianças de até 12 anos. Estima‑se que mais de 500 jovens participarão das oficinas, um número que supera a meta de 300 estabelecida no projeto piloto de 2023.

Alberto Portugal destacou que o evento gera movimento econômico na cidade: hotéis relataram aumento de 18% na ocupação, restaurantes viram a conta de clientes subir 22% e o comércio local registrou um pico nas vendas de material artístico. "É cultura que impulsiona a economia", disse o secretário.

Especialistas em política cultural apontam que o Setembro em Dança se consolidou como um modelo de festival descentralizado, capaz de atrair investimento público e privado sem cobrar ingresso.

Próximos passos e programação paralela

Nos últimos dias do festival, a cidade sediará o encontro “Diálogo de Coreógrafos”, que reunirá os jurados e artistas para debater tendências da dança contemporânea no Brasil. Também acontecerá a grande final da competição, prevista para a noite de 27 de setembro, quando o palco do ginásio será iluminado com projeções que homenageiam a flora catarinense.

Para quem perdeu a abertura, há vida longa: a gravação integral da performance será disponibilizada no canal oficial da Secretaria Municipal de Cultura, permitindo que o público de todo o país experimente a homenagem a Milton Nascimento.

Perguntas Frequentes

Perguntas Frequentes

Como o festival beneficia os bailarinos locais?

Além da visibilidade em um evento nacional, os bailarinos têm acesso a oficinas gratuitas, bolsas de estudo e a possibilidade de serem avaliados por jurados de renome, o que pode impulsionar carreiras e abrir portas para turnês futuras.

Qual a importância da homenagem a Milton Nascimento?

Milton Nascimento representa um dos pilares da música brasileira, e sua obra dialoga profundamente com a dança, oferecendo um repertório rico em emoção que inspira coreógrafos a criar movimentos que traduzem letras e sentimentos.

Quantas apresentações estão programadas no festival?

A edição 2025 contempla mais de 30 espetáculos, divididos entre a Mostra Competitiva e a Mostra Aberta, abrangendo oito estilos diferentes de dança.

Quem pode participar dos workshops gratuitos?

Os workshops são abertos ao público geral, sem idade mínima, embora algumas atividades, como a série "Sapatilhinhas", sejam destinadas especificamente a crianças de até 12 anos. Inscrições são feitas presencialmente no ginásio ou online no site da Secretaria de Cultura.

Quais são as expectativas para a edição de 2026?

A organização planeja ampliar a programação internacional, incluir mais grupos de dança de países da América Latina e aumentar o número de bolsas de apoio, reforçando o compromisso de fazer do Setembro em Dança um ponto de referência continental.

16 Comentários

Vitor von Silva
outubro 3, 2025 Vitor von Silva

Ao contemplar a sinergia entre música e movimento, percebemos que o ritual artístico transcende o mero entretenimento e adentra o território da alma coletiva, revelando que cada passo coreografado é uma oração silenciosa ao universo.

Erisvaldo Pedrosa
outubro 5, 2025 Erisvaldo Pedrosa

Não basta vangloriar-se de uma suposta “cultura elevada”; quem realmente entende a essência de Milton percebe que o festival ainda perpetua a mesma elite que marginaliza os verdadeiros criadores de rua, e isso é inadmissível.

Marcelo Mares
outubro 7, 2025 Marcelo Mares

A iniciativa do Setembro em Dança demonstra, antes de tudo, um compromisso admirável com a formação de novos talentos; ao disponibilizar oficinas gratuitas, abre portas para aqueles que, de outra forma, não teriam acesso a treinamento especializado.
Além disso, a inserção de um tributo a Milton Nascimento vai além da mera homenagem, pois estabelece uma ponte entre duas artes fundamentais da cultura brasileira.
Os estudantes que participaram das oficinas têm a oportunidade de vivenciar práticas que mesclam o clássico ao contemporâneo, ampliando seu vocabulário corporal.
É evidente que a presença de jurados de renome nacional eleva o nível de exigência e, simultaneamente, oferece visibilidade internacional aos bailarinos.
Os vencedores, ao receberem bolsas de estudo, podem acessar programas de formação que antes eram inacessíveis, quebrando ciclos de exclusão social.
O festival ainda gera um impacto econômico mensurável: hotéis com ocupação 18% maior, restaurantes com faturamento 22% acima da média e comércio local que vê um aumento nas vendas de material artístico.
Essa sinergia entre cultura e economia demonstra que investimento em arte não é gasto, mas sim semente de desenvolvimento sustentável.
Não podemos esquecer a importância do programa “Sapatilhinhas”, que democratiza o acesso de crianças de até 12 anos a experiências artísticas de alta qualidade.
Ao envolver mais de 500 jovens, o festival supera a meta estabelecida e evidencia a capacidade de mobilizar a comunidade.
Os workshops gratuitos, abertos ao público geral, alimentam o fluxo de conhecimento, criando uma rede permanente de aprendizagem.
Na perspectiva dos organizadores, a ideia de descentralizar o evento, ao levá‑lo a cidades como Ponta Grossa, promove a descentralização cultural que tanto se reivindica no país.
O diálogo de coreógrafos planejado para o encerramento do festival reforça a troca de ideias entre profissionais de diferentes regiões.
Essa troca, aliada à projeção de imagens da flora catarinense, cria uma experiência sensorial completa que ultrapassa o mero espetáculo.
Por fim, a gravação integral da abertura será disponibilizada online, permitindo que o público nacional tenha acesso ao tributo, ampliando o alcance da iniciativa.
Em síntese, o Setembro em Dança se consolida como um modelo exemplar de festival que une arte, educação e desenvolvimento econômico.

Fernanda Bárbara
outubro 10, 2025 Fernanda Bárbara

É claro que nada disso vem de um acaso tudo tem seu motivo oculto e a voz que dirige o festival pode ser manipulada por interesses escusos que fogem ao olhar comum

Leonardo Santos
outubro 12, 2025 Leonardo Santos

O fato de que o festival utiliza a obra de Milton Nascimento como fio condutor revela um entendimento profundo da intersecção entre música e dança; ao mesmo tempo, traz à tona discussões sobre a representatividade regional nas artes brasileiras.

Leila Oliveira
outubro 15, 2025 Leila Oliveira

É, de fato, muito gratificante observar que a Secretaria Municipal de Cultura tem investido em iniciativas que não apenas celebram a arte, mas também fomentam o acesso democrático a oportunidades formativas de alto nível.

luciano trapanese
outubro 17, 2025 luciano trapanese

Galera, vamos aproveitar ao máximo esses workshops! Eles são uma chance única de aprender novas técnicas e ainda trocar ideias com artistas de todo o país.

Yasmin Melo Soares
outubro 19, 2025 Yasmin Melo Soares

Claro, porque nada diz ‘acesso aberto’ como uma fila de gente esperando pra entrar numa sala fria; mas tudo bem, vamos fingir que isso é o ápice da inclusão cultural.

Rodrigo Júnior
outubro 22, 2025 Rodrigo Júnior

Prezados colegas, cumpre‑nos reconhecer que a disponibilidade de bolsas de estudo e a exposição que o festival oferece constituem pilares essenciais para a consolidação de carreiras na dança contemporânea.

Marcus Sohlberg
outubro 24, 2025 Marcus Sohlberg

Não é nada disso, é tudo parte de um plano maior.

Samara Coutinho
outubro 27, 2025 Samara Coutinho

A presente edição do Setembro em Dança, ao integrar o repertório de Milton Nascimento, propicia uma reflexão profunda sobre a identidade cultural brasileira, destacando como a música pode servir como matriz para a linguagem corporal.
Ao analisar a coreografia "Trajetória de uma Vida", verifica‑se a habilidade dos coreógrafos em traduzir narrativas sonoras em movimentos que evocam memórias coletivas.
Tal iniciativa reforça a importância de projetos interdisciplinares que ampliam o horizonte dos espectadores, ao mesmo tempo em que oferecem ao público oportunidades de imersão sensorial.
Além disso, a escolha de incluir estilos como sapateado e pole dance demonstra a abertura do festival à pluralidade estética, reconhecendo o valor das práticas populares ao lado das formas clássicas.
Os jurados de renome nacional conferem credibilidade ao processo seletivo, o que, por conseguinte, eleva a competitividade e atrai talentos emergentes de diferentes regiões.
Observa‑se também que a iniciativa "Sapatilhinhas" desempenha um papel crucial na formação precoce de crianças, fomentando o gosto pela dança desde tenra idade.
Os indicadores econômicos apontados, como o aumento na ocupação hoteleira e nas vendas de materiais artísticos, corroboram a tese de que cultura gera desenvolvimento local.
Do ponto de vista pedagógico, os workshops gratuitos oferecem uma plataforma de aprendizado continuado, permitindo que praticantes aprimorem suas técnicas sem barreiras financeiras.
A disponibilização online da gravação da abertura amplia o alcance do evento, possibilitando que interessados de outras regiões ou países acessem o conteúdo.
Finalmente, o debate previsto no “Diálogo de Coreógrafos” promete enriquecer o discurso crítico sobre tendências contemporâneas, fomentando o intercâmbio de ideias entre profissionais consagrados e emergentes.

Thais Xavier
outubro 29, 2025 Thais Xavier

Uau, mais um festival que promete transformar tudo… ou não.

Elisa Santana
outubro 31, 2025 Elisa Santana

Gente, bora participar das oficinas, vai ser top! Não perde essa chance não.

Willian Binder
novembro 3, 2025 Willian Binder

Um espetáculo tão profundo que desafia a própria noção de arte convencional.

Arlindo Gouveia
novembro 5, 2025 Arlindo Gouveia

Em vista dos resultados apresentados, congratulo a organização pela excelência na execução do programa, que demonstra eficácia metodológica.

Andreza Tibana
novembro 8, 2025 Andreza Tibana

Ah, mais um festival “incrível” que vai acabar ninguém lembrar depois da primeira semana.

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