The Last of Us: Morte de Joel na série da HBO choca e redefine o rumo da trama

Nova abordagem para a morte de Joel em The Last of Us
Quando a HBO anunciou a adaptação de The Last of Us, os fãs já imaginavam momentos intensos, mas poucos esperavam que a morte de Joel (vivido por Pedro Pascal) fosse tão visceral e diferente do jogo. A série não apenas manteve a cena central—Joel morre nas mãos de Abby (Kaitlyn Dever) diante de Ellie (Bella Ramsey)—como também mudou detalhes cruciais que redefiniram o impacto desse momento.
No videogame, Joel enfrenta seu destino ao lado do irmão Tommy (Gabriel Luna), mas a série preferiu colocar Dina (Isabela Merced) na ocasião, ampliando o drama para Ellie. Isso deixou a cena ainda mais pessoal, reforçando o elo entre Ellie e Dina logo no início da trama. A presença de Dina testemunhando o acontecimento não é mera troca de figurantes, mas um recurso roteirístico que traz peso emocional para as escolhas de Ellie dali em diante.
Outro ponto que pegou de surpresa quem conhece o jogo é o ataque zumbi em Jackson, Wyoming, durante o episódio da morte. No jogo, nada humano ou infectado interrompe esse momento, mas na TV, os showrunners Craig Mazin e Neil Druckmann criaram um paralelo: enquanto Joel enfrenta Abby, a cidade enfrenta uma ofensiva de infectados. É como se a brutalidade da cena pessoal de Joel ecoasse ao redor, mostrando como a violência pode vir de todos os lados no universo pós-apocalíptico da série.

Bastidores e o impacto brutal da violência
Fora do roteiro, o clima foi tão intenso quanto na tela. Pedro Pascal confessou sentir uma espécie de negação ao se despedir do personagem, um misto de orgulho e luto por todo o legado deixado até ali. E não é para menos: Joel carrega grande parte da identificação emocional do público com a série, e sua ausência força Ellie a assumir novas responsabilidades (e cicatrizes) emocionais.
Druckmann e Mazin foram claros ao defender que a morte prematura de Joel era imprescindível para não transformar o inevitável em algo arrastado ou previsível. Eles queriam chocar, acelerar o passo e inverter o clima da temporada logo no começo. Ao mesmo tempo, escolheram dar ainda mais brutalidade à cena, usando não só a força física de Abby, mas o simbolismo cruel do taco de golfe quebrado—açoitando Joel e, metaforicamente, rompendo todas as certezas anteriores do público.
Esse momento marca um divisor de águas: a série deixa de ser apenas uma adaptação fiel para se tornar também um estudo sobre as consequências da violência. O ciclo de vingança é colocado em primeiro plano. Ellie, abalada e forçada a crescer, deixa de ser coadjuvante da própria vida para virar protagonista de uma caçada marcada por traumas e decisões difíceis.
Essas mudanças mostram que The Last of Us na televisão não tem medo de fugir do script original dos jogos para buscar novos caminhos emocionais. Ao tornar a dor e a reação de Ellie ainda mais urgentes, a série constrói um terreno fértil para explorar a vingança sob uma ótica crua e distorcida, sem abandonar o espírito do material original, mas acrescentando novas camadas à narrativa.
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