O icônico boxeador brasileiro Maguila enfrentou uma batalha contra a encefalopatia traumática crônica (ETC), doença neurodegenerativa causada por golpes repetidos. Inicialmente, sua família confundiu os sintomas com Alzheimer, atrasando o tratamento adequado. Após ajustes, sua condição melhorou, revelando a complexidade das lesões esportivas. Maguila, eterno otimista, acreditava que viveria cem anos.
Encefalopatia traumática crônica (CTE): o que você precisa saber
Se você já ouviu falar de CTE, provavelmente achou que fosse só mais um termo médico complicado. Na verdade, a encefalopatia traumática crônica é uma condição que afeta o cérebro de quem sofre repetidas pancadas na cabeça – como jogadores de futebol, boxeadores ou até quem tem quedas frequentes.
O que é a encefalopatia traumática crônica?
CTE é um acúmulo de lesões cerebrais ao longo do tempo. Cada trauma, mesmo que pareça leve, pode deixar micro‑sangramentos e depósitos de proteína tau no cérebro. Esses depósitos atrapalham a comunicação entre as células nervosas e, com o tempo, geram sintomas como perda de memória, alterações de humor, confusão e, em casos avançados, demência.
O diagnóstico não é simples. Normalmente, médicos combinam histórico de lesões, exames neurológicos e, em algumas situações, imagens de ressonância magnética. Ainda não há um teste definitivo, por isso a suspeita precoce e a observação dos sinais são fundamentais.
Como prevenir e buscar ajuda
Prevenção começa com consciência. Se você pratica um esporte de contato, use equipamentos de proteção adequados e siga as orientações de treinadores. Quando houver uma concussão, o descanso total é obrigatório – nada de voltar ao jogo antes de estar 100% livre de sintomas.
Se perceber mudanças de humor, dificuldades de concentração ou lapsos de memória que duram semanas, procure um neurologista. Muitos especialistas recomendam avaliações regulares para atletas que já sofreram concussões anteriores.
Além do aspecto físico, cuidar da saúde mental faz diferença. Ansiedade e depressão podem piorar os efeitos da CTE. Terapia, atividades físicas leves e apoio de família ajudam a manter o cérebro mais resiliente.
Vale lembrar que nem todo mundo que leva pancadas na cabeça desenvolve encefalopatia traumática crônica. Fatores genéticos, idade e a frequência das lesões influenciam. Por isso, a prevenção personalizada – levar em conta seu histórico e seu estilo de vida – é a melhor estratégia.
Em resumo, a CTE não é um destino inevitável. Com informação, uso correto de equipamentos e atenção aos primeiros sinais, você reduz bastante o risco de danos irreversíveis. Fique de olho, converse com profissionais de saúde e não subestime a importância de um descanso adequado após cada impacto.