O baterista brasileiro Edu Cominato, conhecido por tocar com bandas internacionais, elogiou a mudança de Eloy Casagrande do Sepultura para o Slipknot. Cominato acredita que os músicos brasileiros possuem um senso rítmico único que atrai bandas internacionais e previu que Casagrande se destacaria em grupos maiores. Ele também mencionou o crescente reconhecimento de outros bateristas brasileiros na cena internacional do heavy metal.
Sepultura: tudo o que você precisa saber sobre a banda que colocou o metal brasileiro no mapa
Se você curte metal pesado, provavelmente já ouviu falar da Sepultura. Formada em Belo Horizonte em 1984, o grupo começou nos undergrounds locais e acabou virando referência global. Neste texto a gente vai contar como tudo aconteceu, destacar os álbuns mais importantes e mostrar por que a banda ainda bomba hoje.
Como a Sepultura nasceu e virou fenômeno
Na garagem da casa dos irmãos Max e Igor Cavalera, o som era garfado, cru e cheio de atitude. Os caras misturavam thrash, hardcore e ritmos latinos, criando um estilo que ninguém tinha ouvido antes. O primeiro disco, Bestial (1985), saiu de forma independente e já mostrava a energia que viria a crescer.
O salto real veio com Morbid Visions (1986) e Schizophrenia (1987), que ganharam mais divulgação nas rádios universitárias. A parada ficou ainda melhor quando o selo Roadrunner Records assinou com a banda, lançando Arise (1991). O álbum chegou ao topo das paradas do metal e abriu portas para turnês na Europa e nos EUA.
Os álbuns que definiram a carreira
Chaos A.D. (1993) marcou uma virada. Max Cavalera e a galera começaram a inserir percussões tribais e letras políticas, falando sobre violência policial e injustiças sociais. O hit "Refuse/Resist" virou hino de protesto e ainda é tocado nos shows.
Já Roots (1996) é talvez o álbum mais ousado. Misturou metal com sons de música indígena e de axé, usando instrumentos como berimbaus e pandeiros. Essa mistura gerou polêmica, mas também mostrou a capacidade da Sepultura de inovar sem perder a agressividade.
Depois da saída de Max em 1996, o vocalista Derrick Green entrou na formação. O primeiro disco com ele, Against (1998), dividiu a opinião dos fãs, mas abriu uma nova fase. Derrick trouxe uma voz mais melódica, permitindo experimentos com groove e metal alternativo.
Nos anos 2000, álbuns como Nation (2001) e Roorback (2003) solidificaram o som da nova era. As letras começaram a abordar questões globais, como meio ambiente e desigualdade, mantendo a mensagem engajada que a banda sempre teve.
Mais recentemente, Machine Messiah (2017) e Quadra (2020) provaram que a Sepultura continua relevante. As faixas são pesadas, com produção moderna, e os shows ao vivo ainda são cheios de energia bruta, como nos primeiros tempos.
Se você ainda não conhece a discografia, vale começar pelos marcos: Arise, Chaos A.D., Roots e Machine Messiah. Cada um desses discos mostra uma fase diferente, mas todas carregam a mesma intensidade.
Além dos discos, a banda tem um legado cultural enorme. Muitos grupos de metal ao redor do mundo citam a Sepultura como inspiração, e a mistura de ritmos regionais abriu caminho para o chamado "metal latinoamericano".
Hoje, Max Cavalera segue com sua banda Soulfly, enquanto Igor ocupa a bateria da Sepultura. Derrick Green continua na voz principal, e a banda ainda faz turnês internacionais, tocando tanto em estádios quanto em pequenos clubes underground.
Se quiser mergulhar de cabeça, procure os clipes de "Territory", "Roots Bloody Bones" e "Firebox" no YouTube. Eles dão uma boa ideia da energia ao vivo e da evolução sonora.
Em resumo, a Sepultura não é só uma banda de metal; é um movimento que uniu brutalidade, crítica social e raízes brasileiras. Por isso, a discografia merece ser apreciada de cabo a rabo, seja você fã antigo ou novato no gênero.